A CRÔNICA E A REALIDADE

Por: Dário Ribeiro
A Assembleia da Floresta 
   A população na selva estava impovorosa e sem esperanças. A crise havia afetado até os habitantes da Vila do Sossego, na qual a precariedade e falta de condições para sobrevivência naquele habitat estava escassa. Foi então que os animais se reuniram para fazer uma reunião e definir as diretrizes a serem tomadas para melhorar as condições de vida daquela localidade. Foram escolhidos 09 representantes dentre os animais que ali viviam para serem os porta-vozes da comunidade. Eles eram: O Leão, o Tigre, a Onça, a Raposa, o Gavião, o Burro, o Veado, o Pavão e a Preguiça.
  O leão foi indicado como mediador dos debates, que escolheu o tigre e a onça como auxiliares, e logo foi questionado por todos os outros membros, pois todos pertenciam ao “Partido dos Felinos” e estariam livrando a pele dos objetivos da reunião.
  Logo o mediador passou a palavra para a Raposa, que reclamou por sua comunidade estar passando fome, dizendo que a comida na selva era pouca e sugeriu que ela fosse a responsável para ser a Secretária de Distribuição. Logo, foi metralhada pelo Veado, dizendo que nunca iria deixar uma corrupta e “ladra por natureza” tomar conta dos alimentos. Surgiu um princípio de tumulto com ofensas e disparates, mas logo se acalmou. Quando a palavra foi para o Burro, ele se manifestou defendendo a colega Raposa e dizendo que o Veado não tem razão de discutir nada, pois nem força pra se “defender de um ataque” ele tem. Aclamou ser o mais trabalhador de todos e nunca fugiu do serviço. O Pavão se apavorou, e até concordou com o burro em ser trabalhador, porém se não tivesse o grande defeito de ser “submisso ao seu dono”. Entre idas e vindas a palavra foi para o Gavião, que debochou do Pavão dizendo que quem “vive de beleza” não tem direito de reclamar de serviço, muito menos ser um líder. Ratificou ser um idealista e que tem muitos projetos para a comunidade. Antes mesmo de acabar, a Onça (que teria nos bastidores um caso o Pavão) saiu em defesa do colega interrompendo o Gavião, alegando que ele “voava muito alto” e não via os problemas mais simples da sociedade e que ela sim era uma “defensora e partia para o ataque de quem maltratasse seu povo”.
Nisso, a Onça foi aplaudida pelo Pavão, pelo Tigre e pelo Leão, o então mediador, o que gerou muita revolta. Acusavam o Leão de injusto, sem probidade e já queriam a cassação do seu posto. O tumulto foi o maior de todos: Pavão abriu asas, Veado se escondeu, Burro foi pra cima, Raposa correu, Gavião voou, Onça e Tigres partiram, Leão rugiu e até a Preguiça acordou... Mas nada se resolveu!
Continua a selva com seus problemas e aflita, enquanto os seus habitantes se preocupam em tumultuar...
 Dou Graças a Deus que isso foge à minha realidade e só acontece no mundo dos irracionais!



  Uma crônica escrita por Dário Trigueiro (Estudante de Direito e filho de Pedro Velho).

Imagem: Ilustração.

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