APELO A CONSCIÊNCIA DO ELEITOR PEDROVELHENSE
Mas uma vez é chegada o ano das eleições municipais, ano este em que os cidadãos vão as urnas escolher seus candidatos para representantes do município. Já se aglomeram em meio ao povo os aspirantes aos cargos dos poderes legislativo e executivo, na nossa cidade, Pedro Velho, não diferente das demais do Brasil algumas personalidades "já bastante conhecidas" esperam a primeira oportunidade para dominação dos postos públicos, e não demora muito para que seja traçado no perfil de cada cidadão a imagem do votante e não votante, do que será favorecido e do que não será. Sem esquecer na tremenda floresta que a cidade vira, a arara dá seu voo rasante, o bacurau seu berro na noite, apesar de serem adjetivos débeis que descaracterizam o pensamento racional do eleitor, e os restringem a serem não pensantes devido a símbolos partidários, estas caricaturas podem ser uma alusão ao perigo que correm as belas aves do Brasil na mão dos caçadores, que as espreitam na livre mata usando armadilhas para capturá-las, E quem seriam as aves? E quem seriam os caçadores? E as armadilhas quais são? Todos sabemos dos perigos que estão contidos em uma armadilha, e mais ainda do perigo que corre quem está na mira dela, ainda mais quando se trata de gente e não de bichos que muitas vezes por necessidade se deixam levar pelas artimanhas dos caçantes, que encontram nessas pessoas a oportunidade perfeita para se bem sucederem na utilização dos cargos públicos. Começa também o tempo de caridade e penitência, das ajudas aos pobres e necessitados, e de mãos limpas cuja dinheiro alheio algum nunca tocou de forma que não fosse para assistência dos desvalidos, parece até que estamos numa igreja, pode-se até ver os fiéis em busca das indulgências de seus senhores, que no palanque que vira púlpito fazem questão de falar da bondade com a qual usará com o povo, e ainda por cima, nos dias de evangelização de casa em casa favorecer os moradores da rua por onde a corriola de santos passa com prestimosos favores, a velha carrada de cimento, a cesta básica da família que tem fome, o remédio da criança doente, ora que belos atos não? De fato não se pode negar a bondade desses santos, mas muito menos afirmar que política é um ato de caridade, em que voto é gratidão a graça recebida, essas graças não são senão obrigação, paliativos são nada mais que analgésicos que aliviam temporariamente a dor do povo, o remédio da criança doente é direito, a mesa com comida é direito, a moradia digna é direito, veja só que diferença da cesta básica pra mesa farta, da carrada cimento para casa própria, do remédio do menino pra saúde de qualidade, e nada melhor que a consciência para distinguir o passageiro do duradouro, daquilo que lhe é de direito e do que lhe é mera esmola das mãos de quem só sabe dar analgésicos para a dor gritante da miséria. É nessas horas que se faz o apelo para a consciência de cada cidadão para que olhe, pense e reflita nas propostas e ações de seus candidatos, para que deixem de lado essa visão de política como algo segregador, que distância as pessoas pelas suas preferências, esta política de cor, de azuis e encarnados, essa política de bichos, e principalmente de caridade e favores de me ajuda aqui que eu ajudo a te eleger ali. Que se tenha mais informação e discernimento que política não é separação mais união, em bem de todos, sem partidos e credos, distinção de raça, gênero ou cor. Estar de olho é a melhor maneira de se prevenir de armadilhas, analisar as ideias dos candidatos ainda é indispensável para avaliação de uma boa meta de governo e o desprendimento das antigas amarras do preconceito.
Na foto: O Pensador, obra do escultor francês Auguste Rodin,datada de 1904
Francisco Irajan Bezerril Júnior
Pedro Velho-RN, 14 de julho de 2016.
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